terça-feira, 21 de julho de 2009

RNA transferidor (tRNA)

O RNA transferidor (abreviado tRNA) é uma pequena molécula de RNA (aproximadamente 74 a 95 nucleotídeos) que transfere um aminoácido ativo específico para uma cadeia polipeptídica em crescimento no sítio de síntese de proteínas do ribossomo. Ele tem um sítio no terminal 3’ para a fixação do aminoácido. Essa ligação covalente é catalisada por uma sintetase de tRNA aminoacil (tRNA com aminoácido). Ele também contam uma região de três bases chamada anticódon que pode parear as bases às três bases correspondentes à região código de três bases no mRNA. Cada tipo de molécula de tRNA pode ser afixada a um tipo de aminoácido, mas por o código genético conter múltiplos códons que especificam o mesmo aminoácido, as moléculas de tRNA carregando diferentes anti-códons também podem carregar o mesmo aminoácido.

ESTRUTURA

O tRNA tem uma estrutura primária, uma estrutura secundária (usualmente visualizada como estrutura de folha de cravo), e a estrutura terciária (todos os tRNAs tem uma estrutura em 3D em forma de L que as permite encaixar para dentro dos sítios P e A do ribossomo).

1. O grupo fosfato no terminal 5’.

2. O braço aceptor é uma haste de 7 pares de base feita pelo pareamento de bases dos nucleotídeos do terminal 5’ com os nucleotídeos do terminal 3’ (o qual contém o grupo terminal CCA 3’ usado para fixar o aminoácido). O braço aceptor pode conter pares de base não tornadas clássicas como as de Watson e Crick.

3. O caule CCA é uma sequência CCA no final 3’ da molécula de tRNA. Esta sequencia é importante para o reconhecimento do tRNA por enzimas críticas para a tradução. Nos procariotos, a sequencia CCA é transcrita. Nos eucariotos, a sequência CCA é adicionada durante o processamento e dessa forma não aparece no gene tRNA.

4. O braço D é uma haste de 4 pares de base finalizando em um laço que frequentemente contém dihidrouridina.

5. O braço anticódon é uma haste de 5 pares de base cujo laço contém o anticódon. Ele também contém um Y que encontra-se com um nucleotídeo de purina modificado.

6. O braço T é uma haste de 5 pares de base contendo a sequência TψC onde ψ é uma pseudouridina.

7. As bases que vão sendo modificadas, especialmente por metilação, ocorrem em diferentes posições fora do anticódon. A primeira base anticódon é algumas vezes modificada em inosina (derivada da adenina) ou pseudouridina (derivada do uracil).



ANTICODON

Um anticódon é uma unidade feita de três nucleotídeos que correspondem a três bases do códon do mRNA. Cada tRNA contém um anticódon específico com uma sequência tripla que pode parear bases com um ou mais anticódons para um aminoácido. Por exemplo, um dos códons para lisina é AAA; o anticódon de um tRNA lisina deverá ser UUU. Alguns anticódons podem parear com mais de um códon devido ao fenômeno conhecido como pareamento bamboleante de bases. Frequentemente, o primeiro nucleotídeo do anti-códon é um dos dois não encontrados no mRNA: uma inosina ou uma pseudouridina, os quais podem fazer pontes de hidrogênio com mais de uma base na posição correspondente do códon. No código genético, é comum para um único aminoácido ser especificado por todas as quatro possibilidades na terceira posição; por exemplo, o aminoácido glicina é codificado pelas sequências códon GGU, GGC, GGA, e GGG.

Para gerar uma correspondência de um para um entre as moléculas de tRNA e códons que especificam aminoácidos, 61 tipos de moléculas de tRNA seriam requeridas por célula. Entretanto, muitas células contêm menos que 61 tipos de tRNA pois a base bamboleante é capaz de ligar-se à várias, embora não necessariamente todos os códons que especificam um aminoácido em particular.


AMINOACILAÇÃO

A aminoacilação é o processo de adição de um grupo aminoacil a um composto. Isso gera as moléculas de tRNA com seus finais 3’ CCA covalentemente ligados a um aminoácido.
Cada tRNA é aminoacilado (ou carregado) com um aminoácido específico por uma sintetase de tRNA aminoacil. Existe normalmente uma única sintetase de tRNA aminoacil para cada aminoácido, a despeito do fato de que elas possam ser para mais de um tRNA e para mais de um anticódon, por aminoácido. O reconhecimento do tRNA apropriado pelas sintetases não é mediado somente pelo anti-códon, o braço aceptor frequentemente atua num papel proeminente.

REAÇÃO

1. Aminoácido + ATP à aminoacil-AMP+PPi
2. Aminoacil-AMP + tRNA à aminoacil-tRNA+AMP

Algumas vezes, certos organismos podem ter uma ou mais sintetases de tRNA aminoacil perdidas. Isso leva a um erro no provisionamento do tRNA com um aminoácido quimicamente aparentado. O aminoácido correto é produzido por enzimas que transformam o aminoácido erradamente carregado no correto.

Por exemplo, o Helicobacter pylori tem uma sintetase de tRNA glutaminil perdida, então, a sintetase de tRNA glutamato carrega erradamente o tRNA glutamina (tRNA-Gln) com glutamato. Uma amidotransferase então converte a cadeia de lado ácido do glutamato por amida, formando o gln-tRNA-Gln corretamente carregado.

LIGAÇÃO AO RIBOSSOMO

O ribossomo tem três sítios de ligação para as moléculas de tRNA: o sítio A (aminoacil), o sítio P, (peptidil) e os sítios E (exit) de saída. Durante a tradução o sítio A liga-se a um tRNA-aminoacil a caminho como direcionado pelo códon subsequentemente ocupando este sítio. Este códon especifica o próximo aminoácido a ser adicionado à cadeia peptídica em crescimento. O sítio só trabalha após o primeiro tRNA aminoacil ter se fixado no sítio P. O códon do sítio P é ocupado por um tRNA-peptidil que é um tRNA com múltiplos aminoácidos fixados como uma longa da cadeia. O sítio P é efetivamente o primeiro a ligar-se ao tRNA aminoacil. Esse tRNA no sítio P carrega a cadeia de aminoácidos que esta sendo sintetizada. O sítio E é ocupado pelo tRNA vazio à sua saída do ribossomo.

Reference "Transfer RNA." Wikipedia, The Free Encyclopedia. 12 Jun 2009, 10:13 UTC. 12 Jun 2009 <http://www.feedblitz.com/t.asp?/197847/18313577/http://en.wikipedia.org/w/index.php?title=Transfer_RNA&oldid=295950356>.

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