domingo, 14 de dezembro de 2008

PROLINE-RICH GAMMA-CARBOXYGLUTAMIC ACID PROTEIN 1; PRRG1
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez/dispomim.cgi?id=604428
Alternative titles; symbols
PROLINE-RICH GLA PROTEIN 1; PRGP1

TEXTO


Domínios homólogos contendo de 9 a 12 resíduos de ácido carboxiglutâmico-gama [ácido: composto que libera um íon hidrigênio em um solvente polar (por exemplo na água); os ácidos formam sais substituindo todo o hidrogênio ionizável ou parte dele por um elemento ou radical eletropositivo.] (Gla: ácido-4-carboxiglutâmico)) têm sido identificado dentro dos 48 aminoácidos do teminal N de um número de proteínas, incluindo vários fatores de coagulação e anti-coagulantes. Os resíduos Gla dentre desses domínios Gla são produzidos pela modificação pós-tradução de resíduos específicos de ácido glutâmico por uma carboxilase gama dependente de vitamina K localizada no retículo endoplasmático rugoso.


Esta reação requer um reconhecimento de seqüência por carboxilação gama contida dentro de um pró-peptídio que é flanqueado por um peptídio sinal e o domínio terminal N da proteína madura onde ocorre a carboxilação gama. A coordenação do cálcio por vários resíduos de Gla é requerida para a conformação adequada do domínio Gla. Através da busca em um banco de dados EST com uma seqüência de aminoácidos derivada de uma região altamente conservada de domínios de sequência Gla, Kulman e outros (1997) identificaram duas proteínas contendo o domínio Gla, PRRG1 e PRRG2, às quais eles chamaram PRG1 e PRG2, respectivamente. Eles isolaram cDNAs de lente total de 4,5 quilobases e 1,8 quilobases correspondendo aos transcritos de PRRG1 alternativamente poliadenilados contendo regiões de extremidade 3 não traduzidas de 3,7 e 9 quilobases, respectivamente.

Já que análises de Northern blot (para RNA) somente detectaram um transcrito de PRRG1 de aproximadamente 4,6 quilobases, Kulman e outros (1997) concluíram que o transcrito mais longo é a forma predominante. A proteína PRRG1 prevista em 218 aminoácidos tem um pró-peptídio de 20 aminoácidos que contém resíduos altamente conservados implicados na carboxilação gama; um domínio terminal N Gla; uma região transmembrana; e uma região terminal C rica em prolina que contém os motivos PPXY e PXXP, os quais são encontrados em proteínas que interagem com domínios WW e domínios SH3, respectivamente. Diferente de todas as outras proteínas contendo domínios Gla, a PRRG1 carece de um peptídio de sinal dicernível. Os autores estabeleceram que a PRRG1 é provavelmente orientada através de seu terminal C no citoplasma. Análises de Northern blot mostraram que a PRRG1 é expressada em uma vasta variedade de tecidos, com a expressão mais alta no cordão espinhal.


OBSS.:

1) Domínio WW:

1.1) http://smart.embl-heidelberg.de/smart/do_annotation.pl?BLAST=DUMMY&DOMAIN=SM00456

O domínio WW é uma curta região conservada em um número de proteínas não relacionadas, que dobra como um estável e triplo encaixe de lâminas beta. Esses domínios curtos de aproximadamente 40 aminoácidos, podem estar repetidos mais de cinco vezes em algumas proteínas. O nome WW ou WWP deriva da presença de duas assinaturas de resíduos de triptofano que são espaçados de 20 a 23 aminoácidos na maioria dos domínios WW conhecidos até agora, assim como da Pro (prolina) conservada. {Deve ser um domínio com um resíduo de triptofano, depois 20 a 23 aminoácidos, depois outro resíduo de triptofano, depois os aminoácidos restantes e depois uma prolina conservada.} O domínio WW liga-se à proteínas com motivos prolina particulares, [AP]-p-p[AP]-Y, e/ou motivos contendo fosfoserina-fosfoserina. Ele está associado com outros domínios típicos para proteínas em processos de transdução de sinal.
Uma grande variedade de proteínas contendo o domínio WW são conhecidas. Estas incluem: distrofina, uma proteína do cito-esqueleto de muitos domínios; a utrofina, uma proteína parecida com a distrofina de função desconhecida; a proteína YAP dos vertebrados, substrato de uma quinase de serina desconhecida; Mus musculum (do camundongo) NEDD-4, envolvida no desenvolvimento embrionário e na diferenciação do sistema nervoso central; a RSP5 da saccharomyces cerevisiae (levedura de Barker), similar a NEDD-4 e sua organização molecular; FE65 do Rattus norvegicus (do Rato), um ativador de fator de transcrição expressado preferencialmente no fígado; a proteína DB10 da Nicotinana tabacum (tabaco comum) e outras.

2)Domínio SH3

2.1- http://www.pdg.cnb.uam.es/jmglez/SH3/about.html

Os três domínios homólogos Src (SH3) pertencem aos mais amplos domínios modulares espalhados nos organismos eucarióticos. Eles funcionam como adesivos moleculares, e são encontrados em uma ampla variedade de proteínas de sinalização, incluindo quinases protéicas e lipídicas, fosfatases protéicas, e fosfolipases, proteínas controladoras de Ras e proteínas adaptadoras. A idéia de sua ligação a motivos seqüenciais ricos em prolina, os domínios SH3 são conhecidos por atuarem num papel crucial na formação de complexos multi-protéicos e redes responsáveis por transdução de sinal, organização do cito-esqueleto e outros processos celulares. A importância dos domínios SH3 para a saúde humana é sub-classificada pela observação de que mutações em muitos desses domínios podem causar severas disfunções levando, por exemplo, a doenças inflamatórias e câncer. Por isso, os domínios SH3 têm-se tornado alvos de intervenção farmacológica.

2.2) http://smart.embl-heidelberg.de/smart/do_annotation.pl?BLAST=DUMMY&DOMAIN=SM00326


Os domínios SH3 (src homologia-3) são pequenos módulos protéicos contendo aproximadamente 50 resíduos de aminoácidos. Eles são encontrados em uma grande variedade de proteínas intracelulares ou associadas a membrana, por exemplo, em uma variedade de proteínas de atividade enzimática, em proteínas adaptadoras que carecem de sequências catalíticas e proteínas do cito-esqueleto, tais como fodrina [ fodrinas ou spectrinas: As spectrinas são uma família de proteínas dos filamentos do cito-esqueleto amplamente distribuídas que tem uma estrutura de 106 aminoácidos em repetição altamente conservada. As spectrinas são heterodímeros de uma cadeia alfa constante e de cadeias beta variáveis específicas nos tecidos. As funções dessas proteínas incluem a regulação de ligação a receptor e ligação cruzada com actina. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez/dispomim.cgi?cmd=entry&id=182810
Obs.: ALEX3 (Xq21.33-q22.2) é idêntica a um companheiro do domínio de ligação SH3 da fodrina alfa] e proteína de ligação a levedura ABP-1.


O domínio SH3 tem uma dobra característica que consiste de cinco ou seis encalhes beta arranjados como duas lâminas beta anti-paralelas compactamente empacotadas. As regiões ligadoras podem conter hélices curtas. A superfície do domínio SH2 carrega um bolso de ligação ao ligante plano e hidrofóbico que consiste de três sulcos rasos (superficiais) definidos por resíduos aromáticos conservativos nos quais o ligante adota um arranjo estendido e helicoidal girado para a esquerda. O ligante liga-se com baixa afinidade mas isso pode ser aumentado por múltiplas interações. A região ligada pelo domínio SH3 é em todos os casos rica em prolina e contém PXXP como um motivo de ligação conservado no cerne. A função do domínio SH3 não é bem compreendida mas eles podem mediar muitos processos diversos tais como aumento de concentração de proteínas em um local, alteração de sua localização sub-celular e mediação da reunião de grandes complexos multi-protéicos.

3) Src:

3.1) http://jcb.rupress.org/cgi/content/full/178/4/675

A c-Src cellular (Src) é uma proteína quinase de tirosina não receptora associada com a membrana plasmática, matriz celular, adesões célula-célula e vesícula endossômicas. Ela media a sinalização por uma variedade de receptores. Scrs constitutivamente ativas podem elicitar a transformação celular in vitro, e a expressão e atividade de Src estão elevadas em muitos cânceres epiteliais. Os primeiros 16 resíduos do teminal N de Src (número de resíduos referente ao c-Src da galinha) contêm um sítio de miristoilação (ácido miristoleico é um ácido graxo com 14 carbonos que possui uma ligação dupla entre os carbonos 9 e 10, sendo o ácido de 14 carbonos homólogo do ácido oléico) e uma série de resíduos básicos, ambos requeridos para associação com a membrana. Os resíduos 17-84 constituem um único domínio, seguido pelos domínios SH3 e SH2 conectados por um curto ligador. Outro ligador conecta o domínio SH2 ao domínio quinase, o qual é requerido para a maioria das funções biológicas de Src. Tyr 527 (ou Tyr 530 na Src humana) submete-se a uma fosforilação inibitória pelo teminal C da quinase Src. Na forma inativa ou “fechada” de Src, o domínio SH2 interage com pTyr527, posicionando o domínio SH3 para interagir com uma hélice de poliprolina de tipo II na região ligadora da quinase SH2. Isso causa mudanças conformacionais inativadoras no lóbulo N da quinase. A ativação pode ocorrer como um resultado da defosforilação ou mutação de Tir527 ou por ligação dos domínios SH2 ou SH3 a ligantes ativadores.

A Src inicia a sinalização intra-celular por ligação a substratos protéicos por via de seus domínios SH3 e SH2, frequentemente induzindo sua fosforilação sucessiva. Por exemplo, a ligação de Src dependente de SH3 a p130Cas inicia uma cascata de fosforilação de tirosina, na qual o resíduo de fofotirosil (pTyr) inicialmente formado liga-se ao domínio SH2 de Src, seguido pela fosforilação de sítios adicionais. Assim, os domínios SH2 e SH3 de Src têm pepéis duplos, mediando a inativação de interações intra-moleculares assim como promovendo a fosforilação de substratos.

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