quarta-feira, 30 de setembro de 2009

A ESTRUTURA DAS LISOSIMAS

As lisosimas, também conhecidas como muramidase ou N-acetilmuramida glicanhidrolase, são uma família de enzimas que danificam as paredes das células bacterianas por catalisarem a hidrólise das ligações 1,4-beta entre o ácido N-acetilmurâmico e os resíduos N-acetil-D-glucosamina num peptidoglicano e entre resíduos N-acetil-D-glucosamina em quitodextrinas. A lisosima é abundante em muitas secreções, tais como lágrimas, saliva, leite humano e muco. Ela também está presente em grânulos citoplasmáticos dos neutrófilos polimorfonucleares (PMN). Grandes quantidades de lisosima podem ser encontradas na parte branca do ovo. Lisosimas de tipo C são intimamente relacionadas (aparentadas) com a alfa-lactalbumina, em sequência e estrutura, o que as torna partes da mesma família.

FUNÇÃO

A enzima funciona por atacar peptidoglicanos (encontrados nas paredes das células de bactérias, especialmente as bactérias Gram-positivas) e hidrolisando as ligações glicosídicas que conectam o ácido N-acetilmurâmico com quatro átomos de carbono da N-acetilglucosamina. Ela faz isso ligando-se à molécula de peptidoglicano no sítio de ligação dentro da fissura proeminente entre seus dois domínios. Isso causa à molécula substrato adotar uma conformação em sua fita similar à do estado de transição. De acordo com o Mecanismo de Philips, a lisosima liga-se a um hexasacarídeo. A lisosima, então, distorce o quarto açúcar no hexassacarídeo ( o anel D) em uma conformação de meia-cadeira. Nesse estado de pressão a ligação glicosídica é facilmente quebrada.


Os aminoácidos nas cadeias laterais ácido glutâmico 35 (Glu5) e aspartato 52 (Asp 52) foram considerados críticos para a atividade dessa enzima. O Glu35 age como um doador de próton à ligação glicosídica, clivando a ligação C-O no substrato, enquanto a Asp 52 atua como um nucleófilo (átomo doador de um par de elétrons numa reação química em que o par de elétrons é capturado por um eletrófilo; qualquer substância atraída para uma região de baixa densidade eletrônica) para gerar uma enzima glicosil intermediária. A enzima glicosil intermediária, então, reage com uma molécula de água, para dar o produto da hidrólise e deixar a enzima descarregada.

Papel na Doença

A lisosima é parte do sistema imune inato. Crianças alimentadas ainda bebês, em regra, carecem de lisosima em suas dietas e têm três vezes mais taxas de diarréia. Sendo a lisosima uma forma natural de proteção contra patógenos como Samonella, E.coli e Pseudomonas, quando ela é deficiente devido à regra de alimentação do bebê, isso pode levar ao aumento de incidência da doença de diarréia.

Uma vez que a pele é uma barreira protetora devido à sua secura e acidez, a conjuntiva (membrana que recobre os olhos) é, em vez disso, protegida pelas enzimas secretadas, principalmente a lisosima e a defensina. Entretanto, quando essas barreiras protetoras falham, resulta a conjuntivite.

http://www.biosolutions.info/2009/09/lysozyme-structure.html

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