domingo, 20 de janeiro de 2008

IMPLICAÇÕES DO TRATAMENTO NO RESERVATÓRIO LATENTE PARA HIV-1
Susan Peterson, Alison P. Reid, Scott Kim, and Robert . Siliciano



II-Agentes Ativos

O uso de agentes ativos semelhantes a citocinas têm sido proposto como um método de forçar o vírus para fora do reservatório latente. Enquanto estudos envolvendo IL-2 e IL-12 não têm sido promissores nesse sentido, estudos envolvendo IL-7OBS11 têm produzido de 50 a 70% o decréscimo de células infectadas em estado latente. Inibidores de histona (a proteína que compõe a cromatina que envolve a dupla fita de DNA cromossômico), de diacetilase OBS12, semelhante ao ácido”valproic”OBS13, têm sido estudados em um esforço para “lavar” o vírus do reservatório latente. Entretanto, a fundamentação lógica para esta estratégia foi baseada na premissa de que o HIV-1 se integra na heterocromatinaOBS14. De fato, dados experimentais sugerem que o HIV-1 se intera em íntrons de genes ativos. Um pequeno teste com ácido “valproic” sugere um possível efeito na redução do tamanho do reservatório latente, não obstante a significação de uma pequena redução de tamanho do reservatório não esteja clara. A Prostratina, um éster formol que estimula a proteína C (uma quinase, proteína que transmite sinal intramembrânico através do GTP, guanosina trifosfato, estimulando reações catalíticas na célula), pode também ativar vírus latentes enquanto simultaneamente regula para baixo os receptores C4, CCR5 e CXCR4. A proteína Tat exógena tem sido também usada para ativar vírus latentes, e acompanhar os estudos será necessário para mais adiante investigar seus efeitos. Agentes anti-CD3 e IL-2 também têm sido estudados, embora essas abordagens parecerem limitadas pela toxidade associada a ativação das células T.
É importante ter em mente que a erradicação parcial do reservatório latente não será de benefício para pacientes porque alguma célula infectada residual tem potencial para reacender a infecção. Portanto, essas abordagens para lavar para fora o vírus latente só seriam úteis se proporcionassem a verdadeira eliminação do reservatório latente.

OBS10: AMD. ADENOSYLMETHIONINE DECARBOXYLASE; AMD1. OMIM 180980. Lócus gênico 6q21-q22. É essencial para proliferação celular e promoção tumoral. O gene de AMD foi mapeado nos comossomos 6 e X. A AMD1, do cromossomo 6, não foi encontrada em expressão amplificada nos cânceres de colo (intestino), mas a seqüência AMD2, mapeada no cromossomo Xq22-q28 (o gene da hemofilia A, fator VIII da coagulação fica em Xq28) é, de fato, um pseudogene (um gene adquirido, ou copiado por erro de transcrição, crossing-over, etc.)

OBS11: IL é a abreviatura de inteleucina. O sistema imune é mediado por fatores chamados citocinas que regulam o desenvolvimento destas células e seu comportamento, servindo como mensageiros químicos. Os pesquisadores deram a estes fatores vários nomes diferentes, como fator mitogênico de timócitos, TM, fator de crescimento de células T, TCGF e fator auxiliador de células killer, KHF. Em 1979, por funcionarem como sinalizadores entre linfócitos, foi cunhado o nome genérico interleucina para denominar os fatores derivados dos macrófagos e células T. A IL-2 age na estimulação da proliferação de células T e osteoclastos, formadoras dos ossos. É produzida nas células Th0 e Th1. A IL‑12 é produzida nas células B e nos macrófagos e sua função principal é ativar células NK (killer) e promover a geração de células TCD4+Th1. A IL-7 é produzida em células do estroma (o emaranhado fibroso) da medula óssea e do timo, e em algumas células T. Sua função é determinar o crescimento de células pré-B e pré-T. (Informações do Livro: Imunologia d Eli Benjamini, Richard Coico e Geofrey Sunshine,Ed. Guanabara Koogan.)

OBS12: DEACETYLASE. Deacylase : desacilase é qualquer enzima que cataliza a clivagem hidrolítica de um grupamento acil (R-CO-) em uma ligação éster; também inclui enzimas que clivam ligações amida e compostos acil semelhantes. (Dicionário Stedman.)
OMIM 606543, Lócus gênico 7p21-p15. A acetilação e desacetilação mediada por acetiltransferases de histona, e desacetilases de histona desempenham um papel na regulação da expressão gênica.

OBS13: ÁCIDO VALPRÓICO é um anticonvulsionante usado para tratar os distúrbios convulsivos; também empregado como um sal sódico. (Dic. Stedman)

OBS14: HETEROCROMATINA. Funcionalmente a heterocromatina é definida como uma região em que não há genes ativos e em que há muitas seqüências de DNA repetitivo. Genes ativos localizados na proximidade da região da heterocromatina tornam-se inativos. Essas regiões são o centrômero, onde se apóiam os fusos mitóticos na divisão celular, os telômeros, nas pontas dos cromossomos. A heterocromatina pode ser condensada, como nos centrômeros ou frouxa. (Genética, Texto e Atlas – Eberhard Passarge)

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